sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Abaixo, tradução feita por este webmaster, do livrete distribuido pelo NIMH, orientando a população americana sobre o TDA/H. O conteúdo é útil para a população brasileira.Anexada ao site em março de 2002.

MENSAGEM DO INSTITUTO NACIONAL DE SAÚDE MENTAL DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
O
ano de 1996 marca o 50º aniversário do Instituto Nacional de Saúde Mental (NIMH - National Institute of Mental Health). Através desses 50 anos, os resultados da pesquisa apoiada pelo Instituto trouxe nova esperança a milhões de pessoas que sofrem de doenças mentais e para suas famílias e amigos. No trabalho com animais assim como os humanos participantes, os pesquisadores avançaram em seu conhecimento sobre o cérebro e expandiram vastamente a capacidade dos profissionais de saúde mental para o diagnóstico, tratamento e prevenção das desordens mentais e cerebrais.
Durante esta última década do século vinte - designada a "Década do Cérebro" pelo Congresso dos EUA - o conhecimento da função cerebral explodiu. Pesquisas estão rendendo informações sobre as causas de transtornos mentais como depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, transtorno do pânico e transtorno obsessivo-compulsivo. Com este conhecimento, cientistas estão desenvolvendo novas terapias para ajudar mais pessoas a derrotar a doença mental.
O NIMH é parte do Institutos Nacionais de Saúde (NIH - National Institutes of Health), o agente principal do Governo Federal para pesquisa biomédica e comportamental. O NIH é um componente do Departamento de Saúde e Serviços Humanos.

TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE
Imagine viver em um caleidoscópio de movimentos rápidos, onde sons, imagens e pensamentos estão constantemente mudando. Sentindo-se entediado com facilidade, além de sem recurso para manter sua mente focada em tarefas que você tem que completar. Distraído por visões e sons sem relevância, sua mente lhe leva de um pensamento ou atividade a outro(a). Talvez você esteja tão envolvido numa teia de pensamentos e imagens que nem nota quando alguém fala com você.
Isso dá uma idéia do que é ter o Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade, ou TDA/H. Pessoas com TDA/H podem ser incapazes de permanecer sentadas, fazer planos futuros, terminar tarefas ou de ficar totalmente alheias ao que acontece à sua volta. Para suas famílias, colegas de escola ou de trabalho, elas parecem viver em um redemoinho de atividades frenéticas e desorganizadas. Inesperadamente – em alguns dias e situações – elas parecem bem, geralmente levando os outros a pensarem que a pessoa com TDA/H pode controlar seu comportamento. Como resultado, o transtorno pode danificar as relações pessoais com os outros, além de comprometer suas vidas diárias, consumindo energia e diminuindo a auto-estima.
O TDA/H, já chamada de síndrome hipercinética e de disfunção cerebral mínima, é um dos transtornos mentais mais comuns entre crianças. Ele afeta um percentual de 3 a 5% de todas as crianças, talvez 2 milhões de crianças americanas. São afetados duas a três vezes mais os garotos do que as garotas. Pela média, pelo menos uma criança em cada sala de aula dos EUA precisa de ajuda para esse transtorno. O TDA/H geralmente continua na adolescência e na vida adulta, e pode causar uma vida de sonhos frustrados e dor emocional.
Mas existe ajuda e esperança. Na última década, os cientistas aprenderam muito sobre a evolução do transtorno e agora são capazes de identificar e tratar crianças, adolescentes e adultos que o tenham. Uma variedade de medicamentos, terapias de mudança comportamental e opções educacionais já estão disponíveis para ajudar pessoas com TDA/H a focar sua atenção, construir uma auto-estima e funcionar de novas maneiras.
Além disso, novas linhas de pesquisa prometem melhorar o diagnóstico e o tratamento. Com tantas crianças americanas diagnosticadas como tendo déficit de atenção, a pesquisa na TDA/H se tornou uma prioridade nacional. Durante os anos 90 – que o Presidente e o Congresso declararam a "Década do Cérebro" – é possível que cientistas cheguem ao ponto-chave da base biológica do TDA/H e aprendam a preveni-la e tratá-la mais efetivamente.
Esse livrete é fornecido pelo NIMH, o agente federal que apoia a pesquisa nacional sobre o cérebro, doenças mentais e saúde mental. Cientistas apoiados pelo INSM são dedicados a entender o funcionamento e inter-relações das várias regiões do cérebro, e desenvolver medidas preventivas e novos tratamentos para superar os transtornos mentais que atingem pessoas na escola, no trabalho e no lazer.
O livrete oferece informação atualizada sobre transtornos de déficit de atenção e o papel do NIMH em toda pesquisa para a descoberta de suas verdadeiras causas e tratamentos efetivos. Ele descreve opções de tratamento, estratégias para enfrentar o problema, e fontes de informação e suporte. Você descobrirá como é ter TDA/H pelas história de Mark, Lisa e Henry. Você verá suas frustrações precoces, seus passos para conseguir ajuda e suas esperanças para o futuro.
Os indivíduos citados neste livrete não são reais, mas suas histórias são representativas de pessoas que mostram sintomas de TDA/H.

ENTENDENDO O PROBLEMA
MARK
Mark, 14 anos, tem mais energia que a maioria dos garotos da sua idade. Então, ele está sempre hiperativo. Já aos 3 anos, ele era um tornado humano, lançando-se para todos os lados e destruindo tudo em sua passagem. Em casa, ele pulava de uma atividade para outra, deixando uma trilha de brinquedos atrás dele. Nas refeições, batia nos pratos e conversava sem parar. Ele era descuidado e impulsivo, correndo para a rua movimentada com carros, sem se importar com quantas vezes sua mãe tivesse explicado sobre o perigo ou o repreendido. No parque, ele não parecia mais selvagem do que as outras crianças. Mas sua tendência para se exaltar – como dando socos nos coleguinhas por chocarem-se com ele – já o trouxe problema várias vezes. Seus pais não sabiam o que fazer. Os avós de Mark os tranqüilizavam, "Garotos serão garotos. Não se preocupem, ele vai crescer e mudar". Mas ele não mudou.
LISA
Com 17 anos, Lisa continua se esforçando para prestar atenção e agir de modo apropriado. Mas isso sempre foi duro para ela. Ela ainda fica envergonhada pensando naquela noite quando seus pais a levaram a um restaurante para comemorar seu 10º aniversário. Ela ficou tão distraída pelo cabelo vermelho da garçonete que seu pai a chamou três vezes antes de ela lembrar de fazer seu pedido. Antes de ela poder parar com aquilo, falou num impulso: "Sua cor de cabelo é horrível!"
No ensino fundamental e no ensino médio, Lisa era quieta e cooperativa, mas com freqüência parecia estar sonhando acordada. Ela era esperta, ainda que não pudesse melhorar suas notas, não importasse o quão duro ela tentasse. Muitas vezes, ela falhou em provas. Mesmo que ela soubesse a maioria das respostas, ela não podia manter sua mente focada na prova. Seus pais reagiram às suas notas baixas cortando privilégios e a repreendendo: "Você só é preguiçosa. Você poderia conseguir notar melhores se tentasse." Um dia, depois de Lisa falhar em outra prova, o professor a ouviu soluçando: "O que há de errado comigo?"

HENRY
Embora ele ame trabalhar aqui e ali em sua loja, por anos Henry teve dúzias de projetos de carpintaria inacabados e novas idéias para outros projetos que ele sabia que nunca completaria. Sua garagem estava tão cheia de madeira que ele e sua esposa brincavam sobre fazer uma liquidação.
Todo dia Henry enfrentava a real frustração de não ser capaz de se concentrar tempo suficiente em uma tarefa. Ele foi demitido de seu emprego como almoxarife por perder um inventário e preencher as lacunas sem nenhum cuidado. Passados os anos, com medo de perder a cabeça, ele consultou psicoterapeutas e tentou vários medicamentos, mas nenhum nunca o ajudou a se concentrar. Ele notou a mesma falta de foco em seu filho pequeno e ficou preocupado
.

QUAIS OS SINTOMAS DO TDA/H?
As três pessoas que você conheceu, Mark, Lisa e Henry, têm um tipo de TDA/H. O TDA/H não é como um braço quebrado ou uma amigdalite. Diferentemente desses dois transtornos, o TDA/H não tem sinais físicos claros que podem ser vistos em um raio-X ou um teste de laboratório. O TDA/H só pode ser identificado através da observação de certas características comportamentais e, como com Mark, Lisa e Henry, esses comportamentos variam de pessoa para pessoa. Os cientistas não identificaram uma causa única responsável por todos esses diferentes tipos de comportamento – e talvez nunca encontrem uma. Além disso, algum dia os cientistas poderão achar que a TDA/H é, na verdade, um termo genérico para diversos transtornos sutilmente diferentes.
Atualmente, o TDA/H é um diagnóstico aplicado a crianças e adultos que consistentemente mostram certas características comportamentais num período de tempo. Os comportamentos mais comuns caem em três categorias: desatenção, hiperatividade e impulsividade.
Desatenção: Pessoas que são desatentas têm horas difíceis na tentativa de manter suas mentes focadas em apenas uma coisa e podem ficar entediadas com uma tarefa depois de apenas alguns minutos. Elas podem, sem esforço, dar atenção a atividades e coisas que gostam. Mas focando deliberadamente a atenção consciente para organizar e completar tarefas, ou para aprender algo novo, é uma dificuldade.
Por exemplo, Lisa achava agonizante fazer a lição de casa. Freqüentemente ela esquecia de preparar-se para o dia, deixando os livros solicitados em casa, por exemplo. E tentando trabalhar, a cada minuto ela se deixava levar por outra coisa qualquer. Como resultado, ela raramente terminava e seu trabalho era cheio de erros.
Hiperatividade: Pessoas com modos hiperativos parecem estar em movimento. Elas não podem ficar paradas. Como Mark, elas podem correr para todos os lados ou falar incessantemente. Sentar para fazer uma lição parece uma tarefa impossível. Crianças hiperativas se contorcem nas cadeiras ou ficam vagando pela sala. Elas podem sacudir seus pés, tocando em tudo, ou bater ruidosamente com seu lápis. Adolescentes e adultos hiperativos podem se sentir intensamente cansados. Eles podem estar fadigados ou, como Henry, tentar fazer várias coisas ao mesmo tempo, pulando de uma atividade para outra.
Impulsividade: Pessoas muito impulsivas parecem incapazes de controlar suas reações imediatas, ou pensar antes de agir. O resultado, como com Lisa, é deixar escapar comentários inapropriados. Ou como com Mark, correr para o meio da rua sem olhar. Sua impulsividade dificulta que esperem por coisas que querem, ou esperar sua vez no jogo. Eles podem agarrar um brinquedo de outra criança ou até bater quando ficam irritados.
Nem todos hiperativos, desatentos ou impulsivos têm transtorno de atenção. Considerando que a maioria das pessoas deixa escapar coisas que não pretendiam dizer, pule de uma tarefa para outra, ou se torne desorganizada e esquecida, como os especialistas podem dizer se o problema é TDA/H?
Para avaliar a questão sobre uma pessoa ter TDA/H, os especialistas consideram várias questões críticas:
Esses comportamentos são excessivos, de longa duração e generalizados?
Se são, eles ocorrem mais freqüentemente do que em outras pessoas da mesma idade?
São eles problemas contínuos, e não só uma resposta a uma situação temporária?
Os comportamentos ocorrem em várias situações ou apenas em um lugar específico, como um parque ou escritório?
O tipo de comportamento da pessoa é comparado com um conjunto de critérios e características do transtorno. Esses critérios aparecem no livro de referência diagnóstica chamado DSM (Manual Estatístico e Diagnóstico de Transtornos Mentais).
De acordo com o DSM, existem três tipos de comportamento que indicam TDA/H. Pessoas com TDA/H podem mostrar diversos sinais de estar consistentemente desatentas. Elas podem ter um modo de ser hiperativo ou impulsivo. Ou podem mostrar os três tipos de comportamento.
De acordo com o DSM, os sinais de desatenção incluem:
tornar-se distraído facilmente por visões e sons irrelevantes
falhar ao prestar atenção aos detalhes, cometendo erros por falta de cuidado
perder ou esquecer coisas, como brinquedos, lápis, livros e ferramentas necessários para uma tarefa

Alguns sinais de hiperatividade e impulsividade são:
sentir-se cansado, geralmente mexendo com as mãos e os pés, ou contorcendo-se
correr, subir ou sair de um assento em situações onde é adequado permanecer sentado e quieto
responder antes de ouvir toda a pergunta
ter dificuldade de esperar ao telefone ou sua vez
Como todo mundo mostra alguns desses sinais algumas vezes, a DSM tem critérios muito específicos para determinar quando eles indicam TDA/H. O comportamento deve aparecer cedo na vida, antes dos 7 anos, e continuar por pelo menos 6 meses. Nas crianças, eles devem ser mais freqüentes ou severos do que em outras pessoas da mesma idade. Acima de tudo, os comportamentos devem criar uma verdadeira desvantagem em pelo menos duas áreas na vida da pessoa, como escola, lar, trabalho ou questões sociais. Então, alguém que no trabalho ou nas amizades não apresentam esses comportamentos não seria diagnosticado como portador de TDA/H. Nem uma criança que parece hiperativa na escola mas se comporta bem em qualquer outro lugar.
O fato é que muitas coisas podem produzir esses comportamentos. Qualquer coisa, desde medo crônico até convulsões leves podem fazer uma criança parecer hiperativa, brigona, impulsiva ou desatenta. Por exemplo, uma criança cooperativa que se torna exaltada e facilmente distraída depois da morte dos pais, está lidando com um problema emocional, não tem TDA/H. Uma infecção crônica de ouvido também pode fazer uma criança parecer distraída e desinteressada. Assim como viver com membros de uma família que foram abusados fisicamente, ou viciados em álcool e drogas. Você pode imaginar uma criança tentando se concentrar numa lição de matemática enquanto sua segurança e bem-estar estão em perigo a cada dia? Tais crianças estão mostrando os efeitos de outros problemas, não têm TDA/H.
Em outras crianças, comportamentos típicos de TDA/H podem ser sua resposta a uma situação frustrante na sala de aula. às vezes a criança tem uma incapacidade de aprendizado e não está apta para aprender a ler e escrever no tempo que isso é esperado. Ou talvez o trabalho seja muito duro, ou muito fácil, deixando a criança frustrada ou entediada.
Tyrone e Mimi são dois exemplos de como as condições de sala de aula podem provocar comportamentos que parecem TDA/H. Por meses, Tyrone respondia aos brados em sala de aula, tornando-se depois disruptivo quando a professora o ignorou. Ele certamente parecia hiperativo e impulsivo. Finalmente, depois de observar Tyrone em outras situações, sua professora se deu conta de que ele simplesmente queria a aprovação por saber a resposta correta. Ela começou a procurar oportunidades para chamá-lo e elogiá-lo. Gradualmente, Tyrone tornou-se mais calmo e mais cooperativo.
Mimi, uma estudante da 4ª série, fazia ruídos ensurdecedores nas leituras de grupo, que constantemente desorganizavam a aula. Um dia o professor se deu conta que o livro era muito difícil para Mimi. As desorganizações de Mimi pararam quando ela foi posta em um grupo de leitura onde os livros eram mais fáceis e ela podia participar com sucesso da lição.
Como com Tyrone e Mimi, a atenção e participação em aula de algumas crianças melhoram quando a estrutura da aula e das lições são ajustadas às suas necessidades emocionais, nível de instrução ou estilo de aprendizagem. Embora algumas crianças precisem de um pouco de ajuda para se adaptar à escola, elas provavelmente não têm TDA/H.
Também é importante notar que durante certos períodos do desenvolvimento, a maioria das crianças dessa idade tendem a ser desatentas, hiperativas ou impulsivas – mas não têm TDA/H. Estudantes da pré-escola perdem muita energia e correm em todos os lugares que vão, mas isso não significa que elas sejam hiperativas. E muitos adolescentes entram em uma fase onde são descuidados, desorganizados e rejeitam autoridade. Isso não significam que eles vão ter uma vida inteira com dificuldades em controlar seus impulsos.
O TDA/H é um diagnóstico sério, que requer um tratamento de longo prazo com aconselhamento e medicação. Então, é importante que primeiro se procure um médico para tratar quaisquer outras causas para esses comportamentos.

O TDA/H PODE SE ACOMPANHAR DE OUTROS TRANSTORNOS?
Uma das dificuldades no diagnóstico do TDA/H é que ele geralmente é acompanhado de outros problemas. Por exemplo, muitas crianças com TDA/H têm também uma dificuldade específica de aprendizado (DEA), o que significa que elas têm problema em dominar uma língua ou certas habilidades acadêmicas, tipicamente leitura e matemática. O TDA/H não é especificamente uma incapacidade de aprendizado. Mas por poder interferir na concentração e na atenção, o TDA/H pode dificultar em dobro o bom desempenho de uma criança com DEA na escola.
Uma pequena proporção de pessoas com TDA/H tem uma rara desordem chamada Síndrome de Tourette. Pessoas com essa síndrome têm cacoetes e outros movimentos como piscadas de olho e contrações faciais que não podem controlar. Outras podem fazer caretas, dar de ombros, torcer o nariz e ladrar palavras. Felizmente, esses comportamentos podem ser controlados com medicação. Pesquisadores do NIMH e de outros centros estão envolvidos em avaliar a segurança e a efetividade do tratamento para pessoas com Síndrome de Tourette e TDA/H.
Fato mais sério, aproximadamente metade das crianças com TDA/H – na maioria meninos – tendem a ter outra condição, chamada transtorno de oposição desafiadora. Como Mark, que deu socos em seus colegas por esbarrarem nele, essas crianças podem ficar agitadas ou atacar quando se sentem mal com elas mesmas. Elas podem teimar, ter surtos temperamentais ou agir beligerantemente e com rebeldia. Algumas vezes isso evolui para desordens de conduta ainda mais sérias. Crianças com essa combinação de problemas estão em risco de arranjar problemas na escola, até mesmo com a polícia. Elas podem assumir riscos e quebrar regras – podem roubar, incendiar, destruir propriedades e dirigir de forma imprudente. é importante que as crianças com essas condições recebam ajuda antes que esses comportamentos levem a problemas mais graves.
Em algum momento, muitas crianças com TDA/H – na maioria os mais jovens e meninos – experimentam outras desordens emocionais. Mais ou menos um quarto se sente ansiosa. Elas se sentem tremendamente aborrecidas, tensas ou inquietas, até mesmo quando não há nada a temer. Pelos sentimentos serem assustadores, mais fortes e mais freqüentes que os medos normais, eles podem afetar o modo de pensar e o comportamento das crianças. Outras caem em depressão. A depressão vai além do sofrimento comum – as pessoas podem se sentir tão "pra baixo" que perdem as esperanças e se tornam incapazes de lidar com as tarefas diárias. A depressão pode prejudicar o sono, o apetite e a habilidade para pensar.
Pelo fato de as desordens emocionais e de atenção andarem tão juntas, toda criança com TDA/H deveria ser monitorada para acompanhamento da ansiedade e da depressão. A ansiedade e a depressão podem ser tratadas, fortalecendo as crianças e fazendo com que melhor enfrentem seus sentimentos dolorosos, ajudando-as recuperarem-se dos efeitos da TDA/H.
Com certeza, nem todas as crianças com TDA/H têm uma desordem adicional. Nem todas as pessoas com incapacidade de aprendizado, Síndrome de Tourette, transtorno de oposição desafiadora, desordem de conduta, ansiedade ou depressão têm TDA/H. Mas quando elas ocorrem juntas, a combinação de problemas pode complicar seriamente a vida de uma pessoa. Por esta razão, é importante estar atento a outras desordens na criança que tem TDA/H.

O QUE CAUSA O TDA/H?
Compreensivelmente, uma das primeiras perguntas que os pais fazem quando sabem que seu filho tem uma desordem de atenção é: "Por quê? O que houve de errado?"
Profissionais da saúde ressaltam que, uma vez que ninguém sabe as causas da TDA/H, não ajuda em nada os pais procurarem possíveis razões no passado. Existem muitas possibilidades, reduzindo a chance de descobrir a causa com certeza. é muito mais importante para a família seguir em frente, na busca de meios para obter a ajuda certa.
Os cientistas, contudo, precisam estudar as causas, num esforço para identificar melhores meios de tratar, e talvez algum dia, prevenir o TDA/H. Eles estão achando cada vez mais evidências de que o TDA/H não se origina no ambiente, e sim em causas biológicas. Quando se pensa a respeito, não se vê uma relação clara entre a vida em família e o TDA/H. Nem todas as crianças de lares disfuncionados ou instáveis têm TDA/H. E nem todas as crianças com TDA/H vêm de famílias disfuncionadas. Saber disso pode causar grande alivio nos pais, quando se julgam culpados pelo comportamento da criança.
Nas últimas décadas, os cientistas construíram teorias sobre possíveis causas do TDA/H. Algumas dessas teorias não levaram a nada, algumas a novos e excitantes rumos de investigação.
Uma teoria desapontadora foi a de que todas disfunções de atenção e incapacidade de aprendizado eram causadas por pequenos danos na cabeça, ou danos indetectáveis do cérebro, às vezes por infecções prematuras ou complicações no nascimento. Com base nessa teoria, por muitos anos ambas disfunções foram chamadas de "lesão cerebral mínima" ou "disfunção cerebral mínima". Embora alguns tipos de lesões da cabeça possam explicar alguns casos de disfunção da atenção, a teoria foi rejeitada, pois poderia explicar apenas um pequeno número de casos. Nem todo mundo com TDA/H ou DEA tem um histórico de trauma na cabeça ou complicações no nascimento.
Outra teoria foi a de que o açúcar refinado e aditivos alimentares tornam a criança hiperativa e desatenta. Como resultado, os pais foram encorajados a parar de servir às crianças comidas com sabor artificial, conservantes e açúcares. No entanto, essa teoria também foi questionada. Em 1982, o NIH, o agente federal responsável por pesquisas biomédicas, organizou uma grande conferência científica para discutir o assunto. Depois de estudar os dados, os cientistas concluíram que a dieta restrita só parecia ajudar 5% das crianças com TDA/H, na maioria crianças pequenas ou com alergias a certas comidas.
Nos últimos anos, com o surgimento e desenvolvimento de novas técnicas para o estudo do cérebro, cientistas estão aptos a testar mais teorias sobre as causas da TDA/H.
Usando uma destas técnicas, cientistas do NIMH demonstraram uma relação entre a habilidade de uma pessoa de se manter atenta e o nível de atividade cerebral. Indivíduos adultos eram convidados a decorar uma lista de palavras. Durante o aprendizado, os cientistas usaram um scanner PET (positron emission tomography) para observar o cérebro trabalhando. Os pesquisadores mediram o nível de glicose usado pelas áreas do cérebro que inibem impulsos e controlam a atenção. A glicose é a principal fonte de energia do cérebro; então, medir o quanto ela é usada é um bom indicador do nível de atividade cerebral. Os investigadores acharam importantes diferenças entre pessoas que têm TDA/H e pessoas que não o têm. Nas pessoas com TDA/H, as áreas do cérebro que controlam a atenção usaram menos glicose, indicando que elas eram menos ativas. Essa pesquisa sugere que um nível mais baixo de atividade em algumas partes do cérebro possa ser a causa da desatenção.
O próximo passo será pesquisar por que há menos atividade nessas áreas do cérebro. Cientistas da NIMH esperam comparar o uso de glicose e o nível de atividade em casos leves e severos de TDA/H. Eles também tentarão descobrir por que alguns medicamentos usados no tratamento do TDA/H funcionam melhor que outros, e se os medicamentos mais eficazes aumentam a atividade em certas partes do cérebro.
Os pesquisadores estão também procurando por outras diferenças entre aqueles que têm ou não têm TDA/H. Uma pesquisa de como o cérebro se desenvolve normalmente no feto nos oferece algumas idéias sobre o que pode interromper o processo. Por toda gravidez e ainda no primeiro ano de vida, o cérebro se desenvolve constantemente. Ele começa a crescer de várias células multipotenciais e evolui a um complexo órgão feito de bilhões de células nervosas especializadas e interligadas. Pelo estudo do desenvolvimento do cérebro em animais e humanos, cientistas estão adquirindo um melhor entendimento de como o cérebro funciona quando as células nervosas estão conectadas corretamente e incorretamente. Cientistas da NIMH e outras instituições de pesquisa estão formando idéias para determinar o que pode determinar que as células nervosas formem as conexões apropriadas. Alguns dos fatores que eles estão estudando incluem o uso de drogas durante a gravidez, toxinas e genética.
A pesquisa mostra que o uso de cigarros, álcool ou outras drogas pela mãe durante a gravidez pode ter efeitos danosos no feto. Essas substâncias podem ser perigosas ao desenvolvimento do cérebro do feto. Se nota que o álcool e a nicotina podem distorcer o desenvolvimento das células nervosas. Por exemplo, o uso abusivo de álcool durante a gravidez está ligado à síndrome fetal alcoólica (SFA), uma condição que pode levar ao baixo peso do recém-nascido, comprometimento intelectual e certos defeitos físicos. Muitas crianças nascidas com SFA mostram a mesma hiperatividade, desatenção e impulsividade das crianças com TDA/H.
Drogas como cocaína – incluindo a forma tragável conhecida como crack – parecem afetar o desenvolvimento normal dos receptores cerebrais. Esses conjuntos de células cerebrais ajudam a transmitir sinais vindos de nossa pele, olhos e ouvidos, e ajudam a controlar nossas respostas ao meio ambiente. A pesquisa atual sugere que o abuso de drogas pode danificar esses receptores. Alguns cientistas acreditam que tal dano possa levar ao TDA/H.
Toxinas do meio ambiente também podem atrapalhar o desenvolvimento cerebral, ou processos cerebrais, o que pode levar ao TDA/H. O chumbo é uma possível toxina. é encontrada no pó, no solo e em cascas de tinta em áreas onde gasolina com chumbo e tinta foram utilizadas. Também está presente em alguns canos de água. Alguns estudos em animais sugerem que as crianças expostas ao chumbo podem desenvolver sintomas associados à TDA/H, mas só alguns casos foram confirmados.
Outra pesquisa mostrou que desordens da atenção tendem a ocorrer de modo familiar, sugerindo influências genéticas. Crianças com TDA/H têm, normalmente, ao menos um parente próximo que também tem TDA/H. E ao menos um terço de todos os pais que tiveram TDA/H na juventude tem filhos com TDA/H. Ainda mais convincente: a maioria dos gêmeos univitelinos com TDA/H dividem esta característica. No Instituto Nacional da Saúde, pesquisadores estão também na trilha de um gene que pode estar envolvido na transmissão do TDA/H, num pequeno número de famílias com desordem genética da tireóide.

PROCURANDO AJUDA
MARK
Na terceira série, a professora de Mark levantou as mãos e disse: "Chega!". Em uma manhã, Mark pulou seis vezes de sua cadeira para juntar seu lápis, cada vez deixando cair, acidentalmente, na mesa de uma criança diferente e derrubando livros e papéis. Finalmente ele foi mandado ao escritório do diretor, quando começou a chutar a mesa que ele havia derrubado. Frustrada, sua professora marcou uma reunião com seus pais e o psicólogo da escola.
Mas, mesmo depois de terem desenvolvido um plano para gerenciar o comportamento de Mark nas aulas, Mark mostrou pouca melhora. Finalmente, depois de um extensivo assessoramento, eles descobriram que Mark tinha um déficit de atenção que incluía hiperatividade. Ele começou a tomar um medicamento chamado Ritalina para controlar a hiperatividade durante a jornada escolar. Embora a Ritalina tivesse falhado, outra droga, chamada Dexedrina, funcionou. Com ajuda psicológica, seus pais aprenderam a retardar comportamentos indesejáveis, e a fazer Mark "dar um tempo" quando se tornava muito inquieto. Em pouco tempo Mark conseguiu sentar quieto e concentrar-se no aprendizado.

LISA
Por Lisa não ser perturbadora das aulas, levou tempo para que os professores notassem seu problema. Lisa foi a primeira a ser encaminhada à avaliação escolar de equipe, quando sua professora notou que ela era uma aluna brilhante com notas ruins. A equipe descartou uma DEA e chegou à conclusão que ela tinha déficit de atenção - TDA/H sem hiperatividade. O psicólogo da escola reconheceu que Lisa esta apresentando também uma depressão.
Os professores de Lisa e o psicólogo da escola desenvolveram um plano de tratamento que incluía participação em um programa para aumentar sua atenção e desenvolver suas habilidades sociais. Eles também recomendaram que Lisa recebesse aconselhamento para ajudá-la a reconhecer seus pontos fortes e se recuperar de sua depressão.

HENRY
Quando o filho de Henry entrou para o jardim de infância, estava claro que ele iria ter problemas em sentar-se quieto e concentrar-se. Depois de vários incidentes perturbadores, a escola chamou-o e sugeriu que seu filho fosse avaliado para ver se tinha TDA/H. Quando o garoto foi chamado, Henry notou que ele havia crescido com os mesmos sintomas que os especialistas agora haviam descoberto em seu filho. Felizmente, a psicóloga sabia que TDA/H pode persistir em adultos. Ela sugeriu que Henry fosse avaliado por um profissional que trabalhasse com adultos. Pela primeira vez, Henry foi corretamente diagnosticado e passou a usar Ritalina para melhorar sua concentração. Que alívio! Todos os anos em que ele foi incapaz de se concentrar eram devidos a uma desordem que podia ser identificada e, acima de tudo, tratada.
COMO O TDA/H É IDENTIFICADO E TRATADO?
Muitos pais vêm sinais de déficit de atenção em crianças que estão começando a andar, bem antes de entrarem na escola. Por exemplo, com três anos, o filho de Henry já mostrava alguns sinais de hiperatividade. Ele parecia perder o interesse e "disparar" até mesmo durante seus programas de TV favoritos, ou enquanto jogava. Uma vez, durante um jogo de "caçador", ele deixou o jogo antes mesmo de a bola atingi-lo!
Como o filho de Henry, uma criança pode ser incapaz de se concentrar por tempo suficiente para praticar um simples jogo. Ou, como Mark, a criança pode estar chorando por aí descontroladamente. Mas, considerando que as crianças amadurecem em diferentes estágios, e são muito diferentes em personalidade, temperamento e nível de energia, é útil ter a opinião de um especialista sobre se os comportamentos são apropriados para a idade da criança em questão. Os pais podem pedir ao seu pediatra, a um psicólogo infantil, ou a um psiquiatra, auxílio para saber se sua criança tem uma desordem de atenção ou é apenas imatura, se tem hiperatividade ou é apenas exuberante.
Vendo uma criança como "tal pai, tal filho" ou como "exatamente como seu pai" pode cegar os pais para a necessidade de ajuda. Os pais devem achar duro ver o comportamento de sua criança como um problema, quando ele é tão parecido com o seu próprio. De fato, como Henry, muitos pais reconhecem sua desordem só depois de seu filho ser diagnosticado.
Em muitos casos, o professor é o primeiro a reconhecer que a criança é hiperativa ou desatenta, e podem consultar o psicólogo da escola. Pelo fato de os professores trabalharem muito com crianças, eles conhecem a "média" de como as crianças se comportam em situações de aprendizado que requerem atenção e autocontrole. De qualquer forma, os professores algumas vezes falham quanto às necessidades de crianças como Lisa, que era quieta e cooperativa
.
TIPOS DE PROFISSIONAIS QUE FAZEM O DIAGNÓSTICO
Crianças em idade pré-escolar ou escolar são freqüentemente avaliadas por um psicólogo da escola, ou uma equipe formada pelo psicólogo da escola e outros especialistas. Mas se a escola acredita que a criança não tem problemas, ou se a família quer outra opinião, a família pode precisar consultar um especialista de clínica privada. Nestes casos, para quem a família recorrerá? De que tipo de especialistas eles precisam?
Especialidade
Pode diagnosticar TDA/H?
Pode prescrever medicamentos, se necessário?
Fornece aconselhamento e treinamento?
Psiquiatria
Sim
Sim
Sim

Psicologia
Sim
Não
Sim

Pediatria ou Medicina de Família

Sim
Sim
Não

Neurologia
Sim
Sim
Não
A família pode começar conversando com o pediatra da criança, ou o médico da família. Alguns pediatras fazem eles mesmos o assessoramento, mas geralmente eles indicam à família um especialista apropriado, que eles conhecem e confiam. Além disso, agências estaduais e locais que servem a famílias e crianças, assim como algumas organizações voluntárias listadas no verso deste livrete, podem ajudar a identificar um especialista apropriado.
Saber as diferenças das qualificações e serviços pode ajudar a família a escolher alguém que possa melhor satisfazer suas necessidades. Além de psicólogos escolares, existem vários tipos de especialistas qualificados para diagnosticar e tratar o TDA/H. Psiquiatras infantis são médicos que se especializam em diagnosticar e tratar desordens mentais e comportamentais da infância. Um psiquiatra pode fornecer terapia e prescrever as medicações necessárias. Os psicólogos infantis também são qualificados para diagnosticar e tratar o TDA/H. Eles podem fornecer terapia para a criança e ajudar a família a desenvolver meios de lidar com a desordem. Mas psicólogos não são médicos e devem contar com o médico da criança para exames médicos e receita médica. Neurologistas, médicos que trabalham com desordens do cérebro e do sistema nervoso, também podem diagnosticar o TDA/H e prescrever medicamentos. Mas ao contrário dos psiquiatras e psicólogos, neurologistas normalmente não fornecem terapia para os aspectos emocionais da desordem. Adultos que pensam que podem ter TDA/H também podem procurar um psicólogo, um psiquiatra ou um neurologista. Mas no presente, nem todos especialistas têm as técnicas para identificar e tratar o TDA/H em adultos.
Dentro de cada especialidade, médicos e profissionais da saúde mental se diferenciam em sua experiência com o TDA/H. Então, ao selecionar um especialista, é importante achar alguém com um treinamento específico e experiência em diagnosticar e tratar a desordem.
PASSOS PARA SE CHEGAR AO DIAGNÓSTICO
Seja qual for a perícia dos especialistas, seu primeiro ponto é reunir informações que irão conduzir às possíveis razões para o comportamento da criança. Na busca de outras causas, o especialista confere o histórico escolar e médico da criança. O especialista tenta sentir se os ambientes de casa e escolar são estressantes ou caóticos, e como os pais da criança e seus professores lidam com ela. Eles devem ter um olho clínico para problemas como desordens emocionais, epilepsias sutis, e perdas auditiva ou visual parciais. Muitas escolas fazem triagem para audição e visão, havendo já registros sobre estas funções. Um médico pode também procurar por alergias e problemas de nutrição, como consumo elevado crônico de cafeína, que pode fazer a criança parecer hiperativa.
Depois, os especialistas reúnem todas as informações sobre o comportamento atual da criança, para comparar esses comportamentos aos sintomas e aos critérios de diagnóstico listados no DSM.
Isto envolve conversar com a criança e, se possível, observá-la na aula e em outras atividades.
Os professores da criança, do passado e do presente, são chamados à classificar suas observações do comportamento da criança num formulário de avaliação padronizada, para comparar os comportamentos da criança a outros de outras crianças da mesma idade. Obviamente, as pontuações na escala são subjetivas – elas só traduzem a percepção pessoal do professor a respeito da criança. Mesmo assim, pelos professores terem de conhecer muitas crianças, seu julgamento de como uma criança se compara a outra é normalmente preciso.
O especialista entrevista os professores, pais e outras pessoas que conheçam bem a criança, como a equipe do colégio e babás. Os pais são chamados a descrever o comportamento de sua criança em uma variedade de situações. Eles também podem preencher uma escala para indicar quão severo e freqüente o comportamento parece ser.
Em alguns casos, a criança precisa ser investigada quanto ao seu ajuste social e saúde mental. Testes de inteligência e de aprendizado podem ser realizados para ver se a criança tem uma incapacidade de aprendizado e se a incapacidade se reflete em todas ou apenas certas partes do currículo escolar.
De acordo com os dados, o especialista dará atenção especial ao comportamento da criança durante situações barulhentas e desestruturadas, como festas, ou durante tarefas que requerem atenção constante, como ler, resolver problemas de matemática ou jogar um jogo de tabuleiro. O comportamento durante jogos livres ou com atenção individual é menos importante na avaliação. Em algumas situações, a maioria das crianças com TDA/H são capazes de controlar seu comportamento e ter boa performance.
Feito isto, o especialista junta as peças em um arquivo do comportamento da criança.
Quais prováveis comportamentos de TDA/H listados na DSM a criança mostrou?
Com que freqüência?
Em quais situações?
Há quanto tempo a criança vem se portando assim?
Que idade a criança tinha quando o problema começou?
Esses comportamentos estão interferindo seriamente nas amizades, atividades escolares e vida pessoal da criança?
A criança tem outros problemas relatados?
As respostas a essas perguntas ajudam a identificar se a hiperatividade, impulsividade e desatenção da criança são significativas e de longo prazo. Caso positivo, a criança deve ser diagnosticada como tendo TDA/H.
Os adultos são diagnosticados com TDA/H baseados na sua performance em casa e no trabalho. Quando possível, seus pais são chamados a descrever seu comportamento na infância. Uma esposa ou colega de quarto pode ajudar a descrever e avaliar comportamentos corriqueiros. Mas, na maioria das vezes, os adultos são chamados a descrever suas próprias experiências. Um sintoma é a sensação de frustração. Como as pessoas com TDA/H geralmente são brilhantes e criativas, elas freqüentemente se sentem frustradas por não poderem dar vida ao seu potencial. Muitos também se sentem cansados e se chateiam facilmente. Alguns dizem que necessitam procurar novidades e excitação para ajudar a canalizar o turbilhão que existe em suas mentes. Embora possa ser impossível documentar quando esses comportamentos começaram, a maioria dos adultos com TDA/H pode dar exemplos de desatenção, impulsividade, hiperatividade, impaciência e desorganização.
Até os últimos anos, os adultos não eram tidos como portadores de TDA/H, muitos deles, com sintomas correntes, nunca haviam sido diagnosticados. Pessoas como Henry atravessam décadas sabendo que algo está errado, mas sem saber o que é. Psicoterapia e medicação para ansiedade, depressão ou bipolaridade falham, simplesmente porque o TDA/H não está sendo visualizado. Além disso, metade das crianças com TDA/H continua a ter sintomas durante a idade adulta. As informações recentes sobre o TDA/H no adulto possibilitam que muitas pessoas podem, finalmente, ser diagnosticadas e tratadas corretamente.
Um diagnóstico correto deixa a pessoa dar continuidade à sua vida. Uma vez que a desordem é conhecida, eles podem começar a receber qualquer combinação de ajudas educacional, médica e emocional que necessitam.
Um plano de tratamento eficaz ajuda a pessoa com TDA/H e suas famílias, em muitos níveis. Para adultos com TDA/H, o plano de tratamento inclui medicação, junto com suporte emocional. Para crianças e adolescentes, ele pode incluir a oferta de uma sala de aula apropriada, o medicamento certo, e ajuda aos pais para gerenciar o comportamento da criança.

QUAIS SÃO AS OPÇÕES EDUCACIONAIS?
Crianças com TDA/H têm uma variedade de necessidades. Algumas delas são muito hiperativas ou desatentas para funcionar em uma sala de aula regular, mesmo com medicação e plano de gerenciamento comportamental. Algumas crianças devem ser colocadas em classes de educação especial, por toda ou pela maior parte do dia. Em algumas escolas, o professor de educação especial se une ao professor de aula regular para encontrarem as necessidades específicas da criança. Contudo, a maioria das crianças é capaz de ficar em salas de aula regulares. Sempre que possível, os educadores preferem não segregar as crianças, mas sim deixá-las aprender junto com seus pares.
Crianças com TDA/H freqüentemente precisam de acomodações especiais para ajudar no aprendizado. Por exemplo, o professor deve sentar a criança numa área com poucas distrações, providenciar uma área onde a criança possa se movimentar e liberar o excesso de energia, ou estabelecer um sistema claro de regras e recompensar com o comportamento apropriado. Algumas vezes apenas manter um cartão ou uma imagem sobre a mesa pode servir de lembrete visual para utilizar o comportamento escolar adequado, como erguer a mão ao invés de gritar, ou ficar na cadeira ao invés de correr pela classe. Dando tempo extra nos testes para pessoas como Lisa, pode fazer a diferença entre passar e rodar, e da a elas uma chance mais justa de mostrar o que aprenderam. Rever instruções ou escrever apontamentos no quadro, e até listar os livros ou materiais de que eles precisarão para a tarefa pode ser viável para que crianças desorganizadas e desatentas completem seu trabalho.
Muitas das estratégias da educação especial são simplesmente bons métodos de ensino. Dizer aos alunos antes o que eles aprenderão depois, providenciar lembretes visuais e dar instruções escritas e orais são caminhos para ajudá-los a se focalizar e lembrar as palavras-chave da lição.
Alunos com TDA/H freqüentemente precisam aprender técnicas para monitorar e controlar sua própria atenção e comportamento. Por exemplo, o professor de Mark ensinou-o várias alternativas para quando ele perdia a noção do que estava fazendo. Ele pode procurar por instruções no quadro, levantar a mão, esperar para ver se lembra, ou, quietamente, perguntar à outra criança. O processo de achar alternativas para não interromper o professor o fez mais auto-suficiente e cooperador. E por ele saber que interrompe menos, está começando a ganhar mais elogios do que repreensões.
Na turma de Lisa, o professor freqüentemente pára para verificar se os alunos estão prestando atenção na lição ou se estão pensando sobre outra coisa. Os alunos registram sua resposta numa lousa. Assim que os alunos se tornam mais cuidadosos, conscientemente, com sua atenção, eles começam a ver progresso e de sentem bem por estarem melhor focalizados. O processo ajudou Lisa a cuidar quando ela estava se desligando, para que ela pudesse voltar sua atenção à lição mais rapidamente. Como resultado, ela se tornou mais produtiva e a qualidade de seu trabalho melhorou.
Pelas escolas demandarem que as crianças fiquem sentadas, esperem sua vez, prestem atenção e cumpram uma tarefa, não é surpresa que muitas crianças com TDA/H tenham problemas em aula. Suas mentes são totalmente capazes de aprender, mas sua hiperatividade e desatenção dificultam o aprendizado. Como resultado, muitos alunos com TDA/H repetem uma série ou saem da escola cedo. Felizmente, com a combinação correta de práticas educacionais apropriadas, medicação e aconselhamento, esses efeitos podem ser evitados.
DIREITO A UMA EDUCAÇÃO PÚBLICA GRATUITA
Embora os pais tenham a opção de levar sua criança a um profissional particular para avaliação e serviços educacionais, a maioria das crianças com TDA/H opta por serviços gratuitos de escolas públicas. Passos são tomados para assegurar que cada criança com TDA/HD receba uma educação que se encaixe com suas necessidades. Por exemplo: o professor de educação especial, trabalhando com os pais, o psicólogo escolar, administradores escolares e o professor de aula, deve avaliar os pontos fortes e fracos da criança e formular um Programa Educacional Individualizado (PEI). O PEI demarca as estratégias específicas de que a criança precisa para se desenvolver, assim como atividades de aprendizado apropriadas que adicionem força à criança. Os pais fazem um papel importante no processo. Eles devem ser incluídos em reuniões e ter oportunidade de revisar e aprovar o PEI da criança.
Muitas crianças com TDA/H ou outras incapacidade podem receber alguns serviços de educação especiais, como o Ato Educacional para Indivíduos com Desabilidades (IDEA - Individuals with Disabilities Education Act). O IDEA garante serviços apropriados e uma educação pública para crianças com incapacid
ades com idades de 3 a 21 anos.
ESTRATÉGIAS PARA ADOLESCENTES E ADULTOS COM TDA/H
Quando necessário, pedir ao professor ou chefe que repita as instruções é melhor do que ficar na dúvida;
Desdobrar grandes compromissos ou tarefas de trabalho em pequenas e simples etapas. Estabeleça um prazo para cada etapa e se recompense assim que completar cada uma;
A cada dia, faça uma lista do que você precisa. Planeje a melhor ordem para fazer cada tarefa. Depois faça uma agenda para realizá-las. Use um calendário ou diário para se manter focalizado;
Trabalhe em uma área silenciosa. Faça uma coisa de cada vez. Se dê intervalos curtos;
Escreva as coisas que precisa lembrar num caderno com divisórias. Escreva diferentes tipos de informação como compromissos, lembretes, e números de telefone em seções diferentes. Mantenha o livro sempre consigo;
Escreva bilhetes para si mesmo para ajudá-lo a se lembrar de fazer as coisas que necessita. Coloque-os no espelho do banheiro, na geladeira, no armário da escola ou no painel do carro – onde você possa necessitar de lembretes;
Guarde coisas similares juntas. Por exemplo, mantenha todos seus cartuchos de Nintendo em um só lugar, e fitas cassetes em outro. Coloque cheques cancelados em um só lugar, e contas em outro;
Crie uma rotina. Fique pronto para a escola ou o trabalho na mesma hora, da mesma forma, todos os dias;
Faça exercícios, tenha uma dieta balanceada e durma o suficiente.
Crianças que não se encaixem em serviços do IDEA podem receber ajuda de uma nova lei, o Ato de Reabilitação Nacional, Seção 504, que define incapacidade mais amplamente. Encaixar-se em serviços sob o Ato de Reabilitação Nacional é freqüentemente chamado de "aceitação 504".
Pelo TDA/H ser uma incapacidade que afeta a habilidade das crianças de aprender e interagir com os outros, pode certamente ser uma condição de desqualificação. Sob uma lei ou outra, a maioria das crianças podem receber os serviços de que precisam.

QUE TRATAMENTOS ESTÃO DISPONÍVEIS?
Por décadas, medicamentos vêm sendo utilizados para tratar os sintomas do TDA/H. Três medicamentos na classe das drogas conhecidas como estimulantes parecem ser os mais eficazes, tanto em crianças como em adultos. Eles são o metilfenidato (Ritalina), dextro-anfetamina (Dexedrina ou Dextrostat) e pemoline (Cylert). Para muitas pessoas, essas drogas reduzem sensivelmente sua hiperatividade e melhoram sua habilidade de concentração, trabalho e aprendizado. Os medicamentos podem também melhorar a coordenação motora, como a escrita e habilidade em esportes. Uma pesquisa recente na NIMH sugere que esses medicamentos podem também ajudar as crianças com TDA/H acompanhada de desordens de conduta a controlar seus impulsos e comportamentos destrutivos.
A Ritalina ajudou Henry a se focar e completar tarefas na primeira tentativa. A Dexedrina ajudou Mark a se sentar quieto, focar sua atenção e participar na aula para que aprendesse. Ele também se tornou menos impulsivo e agressivo. Com essas mudanças de comportamento, Mark começou a fazer e a manter amigos.
Infelizmente, quando as pessoas vêem repentina melhora, geralmente imaginam que medicamento é só do que elas precisam. Mas esses medicamentos não curam a desordem, elas só controlam os sintomas temporariamente. Embora as drogas ajudem as pessoas a prestar mais atenção e a completar seu trabalho, elas não podem proporcionar conhecimento ou melhorar habilidades acadêmicas. As drogas sozinhas não podem ajudar as pessoas a se sentir melhor com elas mesmas ou a enfrentar seus problemas. Isso requer outros tipos de tratamento e suporte.
Para uma melhora duradoura, numerosos clínicos recomendam que os medicamentos devem ser utilizados unidos a tratamentos que cuidem destas outras áreas. Não existem curas rápidas. Muitos especialistas acreditam que ganhos mais significantes e duradouros surgem quando o medicamento é combinado com terapia comportamental, aconselhamento emocional e suporte prático. Alguns estudos sugerem que a combinação da medicina com a terapia deve ser mais eficaz do que drogas sozinhas. A NIMH está conduzindo um amplo estudo para conferir isto.
USO DE DROGAS ESTIMULANTES
Dntos controversorogas estimulantes, como Ritalina, Cylert e Dexedrina, quando usadas com supervisão médica, são normalmente consideradas seguras. Embora esses medicamentos possam ser viciantes para adolescentes e adultos, se usados incorretamente, estes medicamentos não são viciantes em crianças. Eles algumas vezes deixam as crianças "altas" ou nervosas. Nem ao menos sedam as crianças. Preferencialmente, os estimulantes ajudam as crianças a controlar a hiperatividade, a falta de concentração e outros comportamentos.
Diferentes médicos usam as medicações de maneiras pouco diferentes. Cylert é encontrado em uma forma que normalmente dura de 5 a 10 horas. Ritalina e Dexedrina vêm em tabletes com efeito que dura mais ou menos 3 horas, ou em apresentações cuja ação é prolongada. A forma de curta duração é mais prática para crianças que necessitam de medicação somente durante a escola ou em ocasiões especiais, como ir à igreja ou formatura, ou estudando para uma prova importante. As formas de duração prolongada liberam a criança do embaraço das idas ao escritório ou à enfermaria durante o dia para tomar uma pílula. O médico pode ajudar a decidir qual preparação usar, e também se a criança precisa tomar o remédio só para o período da aula, ou todo dia, e aos fins-de-semana também.
Nove em 10 crianças melhoram com um destes três remédios estimulantes. Se algum destes não ajudar, os outros devem ser tentados. Normalmente um remédio deve ser testado durante uma semana para ver se ajuda. Se necessário, porém, o médico pode ajustar a dose antes de trocar para outro remédio.
Outros tipos de remédio podem ser usados se os estimulantes não funcionarem ou se o TDA/H ocorrer com outra disfunção. Antidepressivos e outros medicamentos podem ser usados para ajudar a controlar a depressão ou ansiedade. Em alguns casos, anti-histamínicos podem ser tentados. Clonidina, uma droga normalmente utilizada para tratar hipertensão, pode ser útil para pessoas com TDA/H e Síndrome de Tourette. Embora os estimulantes tendam a ser mais eficazes, a clonidina pode ser tentada quando os estimulantes não funcionam ou não podem ser usados. A clonidina pode ser administrada tanto por pílulas quanto por adesivos de pele, e tem efeitos colaterais diferentes dos estimulantes. O médico precisa estar mais "próximo" de cada paciente para achar a medicação mais apropriada.
Algumas vezes, os sintomas de uma criança com TDA/H parecem piorar, levando os pais a se perguntar por quê. Eles podem ter certeza que uma droga que ajuda raramente para de funcionar. Seja como for, ele devem trabalhar com o médico para conferir se a criança está domando a dose certa. Os pais devem também ter certeza de que a criança está realmente tomando a dose diária prescrita, em casa ou na escola – é fácil de esquecer. Eles também precisam saber que novos ou exagerados comportamentos também podem aparecer quando a criança está estressada. Os desafios que a criança encara, como mudar de escola ou entrar na puberdade, podem ser mais estressantes para uma criança com TDA/H. Alguns médicos recomendam que as crianças parem de tomar o medicamento, para verem se elas continuam precisando dele. Outras vezes recomendam parar temporariamente o medicamento, durante as férias de inverno e de verão, quando atenção focalizada e comportamento tranqüilo normalmente não são cruciais. Esses "feriados de drogas" funcionam bem se a criança consegue participar de acampamentos ou outras atividades sem medicamento.
Crianças em uso de medicamentos devem ter revisões regulares. Os pais devem também conversar regularmente com os professores e o médico da criança sobre como ela está indo. Isso é especialmente importante quando um medicamento é introduzido, reintroduzido ou quando a dosagem é modificada.
O DEBATE DA MEDICAÇÃO
Mesmo úteis como são essas drogas, a Ritalina e outros estimulantes têm gerado uma grande controvérsia. A maioria dos médicos acham que os efeitos colaterais em potencial deveriam ser cuidadosamente comparados aos benefícios antes de prescrever as drogas. Enquanto usando estes medicamentos, algumas crianças podem perder peso, ter menos apetite, e temporariamente crescer mais devagar. Outras podem ter problemas em pegar no sono. Alguns médicos acreditam que estimulantes podem piorar os sintomas da Síndrome de Tourette, embora pesquisas recentes sugiram que isso possa não ser verdade. Outros médicos dizem que se eles monitorarem cuidadosamente a altura, o peso e o desenvolvimento da criança, os benefícios da medicação de longe ultrapassam os efeitos colaterais em potencial. Efeitos colaterais que ocorrem podem geralmente ser contornados reduzindo a dosagem.
é natural para os pais se preocuparem se tomar um medicamento é interessante para a criança. Os pais precisam ser esclarecidos quanto aos benefícios e riscos em potencial do uso dessas drogas. O pediatra ou o psiquiatra da criança devem fornecer aconselhamento e responder questões.
Outro debate é se a Ritalina e outras drogas estimulantes são prescritas sem necessidade para muitas crianças. Lembre-se que muitas coisas, incluindo ansiedade, depressão, alergias, ataques ou problemas no ambiente de casa ou escolar podem fazer a criança parecer "estourada", impulsiva ou desatenta. Críticos argumentam que muitas crianças que não têm realmente uma desordem de atenção são medicadas, como um modo de controlar seus comportame
s.
MITOS SOBRE MEDICAÇÃO ESTIMULANTE
MITO: Estimulantes podem levar ao vício da droga mais tarde.
FATO: Estimulantes ajudam muitas crianças a se focar e a ter mais sucesso na escola, em casa e no lazer. Evitar experiências negativas agora pode, na verdade, ajudar a prevenir vícios e outros problemas emocionais depois.
MITO: Responder bem a drogas estimulantes prova que uma pessoa tem TDA/H.
FATO: Estimulantes permitem que muitas pessoas se concentrem e prestem atenção, tendo ou não TDA/H. A melhora é só mais notada em pessoas com TDA/H.
MITO: Os medicamentos devem ser suspensos quando a criança atinge a adolescência.
FATO: Nem tanto! Mais ou menos 80% daqueles que precisam de medicamento na infância continuem precisando na adolescência. 50% precisam ser medicados quando
adultos.

MEDICAMENTO E AUTOESTIMA
Quando o desempenho escolar e o comportamento da criança melhoram logo no início do tratamento, a criança, os pais e os professores tendem a aplaudir a droga por causar uma mudança tão repentina. Mas essas mudanças são, na verdade, as forças da própria criança e suas habilidades naturais saindo de trás de uma nuvem. Dar crédito ao medicamento pode fazer a criança se sentir incompetente. O medicamento só torna as mudanças possíveis. A criança deve fornecer o esforço e a habilidade. Para fazer as crianças se sentirem bem com elas mesmas, pais e professores precisam elogiar a criança, não a droga.
Também é importante ajudar as crianças e adolescentes a se sentirem confortáveis com o medicamento que deverão tomar todos os dias. Eles podem achar que por tomarem medicamentos são diferentes dos colegas de classe ou que há algo seriamente errado com eles. Crianças e Adultos com Desordens de Atenção (ChADD - Children and Adults with Attention Deficit Disorders), uma organização para pessoas com desordens de atenção, sugere vários modos de pais e professores ajudarem as crianças a verem a medicação como algo positivo:
Compare as pílulas a lentes de contato, aparelhos odontológicos e antialérgicos usados por outras crianças na classe. Explique que seu medicamento é simplesmente uma ferramenta para ajudá-las a se concentrar e a prestar atenção.
Frise que elas têm muita sorte de o problema poder ser ajudado. Encoraje-as a identificar modos do medicamento facilitar a realização de coisas importantes para el
as, como fazer amigos, ter sucesso na escola, e brincar.
TRATAMENTOS PARA AJUDAR PESSOAS COM TDA/H E SUAS FAMÍLIAS A APRENDER A ENFRENTAR A SITUAÇÃO
A vida pode ser dura para crianças com TDA/H. Elas são aquelas que têm tantos problemas na escola, não conseguem terminar um jogo e perdem amigos. Elas podem passar horas agonizantes, cada noite, se esforçando para manter suas mentes no seu tema de casa, e esquecer de levá-lo à escola.
Não é fácil enfrentar essas frustrações dia após dia. Algumas crianças aliviam sua frustração agindo "do contra", começando brigas, ou destruindo propriedades. Algumas desviam a frustração para o corpo, como a criança que fica com dor de estômago todo dia antes da escola. Outras seguram suas necessidades e medos dentro de si, de modo que ninguém veja o quão mal elas se sentem.
Também é difícil ter uma irmã, um irmão ou um colega que fica irritado, quebra seus brinquedos e perde suas coisas. Crianças que convivem ou dividem a sala de aula com uma criança com TDA/H ficam frustradas também. Elas podem se sentir negligenciadas enquanto seus pais e professores tentam lidar com uma criança hiperativa. Elas podem se sentir ressentidas por seu irmão ou irmã nunca terminarem tarefas, ou por levarem ordens dos colegas. Elas querem amar seu irmão e se dar bem com seu colega, mas algumas vezes é tão difícil!
é especialmente difícil ser pai de uma criança que é cheia de atividades descontroladas, bagunceira, com acessos de raiva e que não escuta ou segue instruções. Os pais geralmente se sentem impotentes e perdidos. Os métodos comuns de disciplina, como argumentação e repressão, não funcionam com esta criança, porque ela não escolhe agir daquele modo. é só que seu autocontrole vai e volta. Diante de tamanha frustração, os pais às vezes se vêem espancando, ridicularizando ou gritando com a criança, mesmo sabendo que não é o apropriado. A sua reação deixa qualquer um mais chateado do que antes. Então eles se culpam por não serem bons pais. Uma vez que a criança está diagnosticada e recebendo tratamento, alguns dos surtos emocionais dentro da família podem diminuir.
A medicação pode ajudar a controlar alguns dos problemas comportamentais que podem deixar a família tumultuada. Mas mais freqüentemente, há outros aspectos do problema que o medicamento não alcança. Embora o TDA/H afete primariamente o comportamento da pessoa, ter a desordem tem repercussões emocionais amplas. Para algumas crianças, ser reprimida é a única atenção que elas conseguem. Elas têm poucas experiências que formem seus valores e competência. Se elas são hiperativas, são geralmente rotuladas como más e punidas por serem transtornadas. Se elas são muito desorganizadas e desconcentradas para completar tarefas, os outros podem chamá-las de preguiçosas. Se elas quebram brinquedos impulsivamente, batem com a cabeça ou empurram os colegas, elas podem perder amigos. E se elas têm uma conduta de desordem, podem ter problemas na escola ou com a lei. Encarar as frustrações diárias que podem vir com quem tem TDA/H pode deixar as pessoas com medo se ser estranhas, anormais ou estúpidas.
Freqüentemente, o ciclo de frustração, culpa e raiva vêm acontecendo há tanto tempo que será difícil desfaze-lo. Ambos pais e suas crianças podem precisar e ajuda especial para desenvolver técnicas de gerenciamento de padrões de comportamento. Em alguns casos, profissionais de saúde mental podem aconselhar a criança e a família, ajudando-os a desenvolver novas técnicas, atitudes e meios de relacionarem-se uns aos outros. No aconselhamento individual, o terapeuta ajuda crianças ou adultos com TDA/H a aprender a se sentirem melhor com eles mesmos. Eles aprendem a reconhecer que ter uma incapacidade não reflete quem eles são como pessoa. O terapeuta também pode ajudar pessoas com TDA/H a identificar e construir forças, enfrentar os problemas diários e controlar sua atenção e sua agressão. No aconselhamento de grupo, as pessoas aprendem que não estão sozinhas em sua frustração e que outras podem ajudar. Algumas vezes só o indivíduo com TDA/H necessita de aconselhamento. Mas em muitas casos, pelo problema afetar a família tanto quanto a pessoa com TDA/H, toda a família pode precisar de ajuda. O terapeuta auxilia a família a achar melhores meios de contornar os comportamentos transtornados e promover mudanças. Se a criança é jovem, a maioria dos terapeutas trabalha com os pais, ensinando-os técnicas para enfrentar o problema e melhorar o comportamento da criança.
Várias intervenções de abordagem estão disponíveis e diferentes terapeutas tendem a preferir uma abordagem ou outra. Saber algo sobre os vários tipos de intervenção facilita para as famílias a escolha de um terapeuta que seja adequado para suas necessidades.
A psicoterapia funciona para ajudar pessoas com TDA/H a gostar e aceitar a si mesmas, apesar da desordem. Na psicoterapia, pacientes conversam com o terapeuta sobre pensamentos e sentimentos que os chateiem, exploram padrões de auto-ajuda comportamental, e aprendem meios alternativos para contornar suas emoções. Conforme eles conversam, o terapeuta tenta ajudá-los a entender como eles podem mudar. De qualquer forma, pessoas lidando com TDA/H usualmente querem ganhar controle de seus sintomas comportamentais mais diretamente. Caso isso aconteça, tipos mais diretos de intervenção são necessários.
A terapia cognitivo-comportamental ajuda as pessoas a trabalharem pontos imediatos. Mais do que ajudar as pessoas a entender seus sentimentos e ações, ela as apoia diretamente na mudança do comportamento. O apoio deve ser uma assistência prática, como ajudar Henry a aprender a pensar em tarefas e organizar seu trabalho. Ou o apoio deve ser encorajar novos comportamentos elogiando ou recompensando cada vez que a pessoa agir do modo desejado. Um terapeuta cognitivo-comportamental deve usar certas técnicas para ajudar uma criança agressiva como Mark a aprender a controlar suas brigas, ou um adolescente impulsivo como Lisa a pensar antes de falar.
Treinamento de habilidades sociais também pode ajudar as crianças a aprender novos comportamentos. No treinamento de habilidades sociais, o terapeuta discute e modela comportamentos apropriados, como esperar sua vez, dividir brinquedos, pedir ajuda, ou responder a provocações, e então dá à criança a chance de praticar. Por exemplo, uma criança deve aprender a "ler" a expressão facial de outras pessoas e tons de voz, com fim de responder mais apropriadamente. O treinamento de habilidades sociais ajudou Lisa a aprender a entrar num grupo de atividades, fazer comentários apropriados, e pedir ajuda. Uma criança como Mark deve aprender a ver como seu comportamento afeta os outros e desenvolver novos meios de responder quando irritado ou provocado.
Os grupos de apoio conectam pessoas que tem preocupações comuns. Muitos adultos com TDA/H e pais de crianças com TDA/H acham útil entrar em grupo de apoio local ou nacional. Muitos grupos lidam com assuntos de desordens de crianças, e até TDA/H especificamente. As associações nacionais listadas na parte de trás deste livrete podem explicar como contatar um grupo local. Membros de grupos de apoio dividem frustrações e sucessos, referências a especialistas qualificados, e informações sobre trabalhos, assim como suas esperanças por eles mesmos e suas crianças. Existe força em números - e dividir experiências com os outros que têm problemas similares ajuda as pessoas a saber que não estão sozinhas.
Treinamento de técnicas para pais, oferecidos por terapeutas ou em classes especiais, dá aos pais ferramentas e técnicas para gerenciar o comportamento de suas crianças. Uma técnica é o uso do "castigo" quando a criança se torna desobediente ou fora de controle. Durante o "castigo", a criança é tirada da situação agitada e senta quieta e sozinha por um breve momento para se acalmar. Os pais também têm que ser ensinados a dar à criança um "momento de lazer" a cada dia, no qual eles dividem uma atividade prazerosa ou relaxante. Durante este tempo juntos, os pais procuram por oportunidades de identificar e apontar o que a criança faz bem, e elogiar seus pontos fortes e habilidades.
Um modo eficaz de modificar o comportamento da criança é através de um sistema de recompensas e penalidades. Os pais (ou professor) identificam alguns comportamentos desejáveis que eles querem encorajar na criança - como pedir um brinquedo ao invés de arrancá-lo, ou completar uma simples tarefa. é dito à criança exatamente o que é esperado, em troca da recompensa. A criança recebe a recompensa quando atua com o comportamento desejado e uma penalidade moderada quando não o faz. Uma recompensa pode ser pequena, talvez uma senha que possa ser trocada por privilégios especiais, mas isso deve ser algo que a criança queira e esteja ansiosa para ganhar. A penalidade pode ser a retirada da senha, ou um breve castigo. O objetivo é ajudar a criança a aprender a controlar seu próprio comportamento e a escolher o comportamento mais desejado. A técnica funciona bem com todas as crianças, porém crianças com TDA/H talvez precisem de recompensas mais freqüentes.
Além do mais, os pais devem aprender a estruturar situações nas quais irão ajudar a criança a ter sucesso. Isso deve incluir permitir apenas um dois amigos por vez, para que a criança não fique superestimulada. Ou se a criança tem problemas em completar tarefas, eles podem aprender a ajudar a criança a dividir uma grande tarefa em pequenos passos, então elogiar a criança a cada passo completado.
Os pais também devem aprender a usar métodos de gerenciamento de seu estresse, como meditação, técnicas de relaxamento e exercícios para aumentar sua própria tolerância a frustração, com o que eles poderão responder mais calmamente ao comportamento da
criança.

MANTENDO A ESPERANÇA
MARK
Hoje, com 14 anos, Mark está indo muito melhor na escola. Ele canaliza sua energia para os esportes e é um astro do time de futebol interno. Embora ele continue se metendo em brigas, um psicólogo infantil está ajudando-o a aprender a controlar seus acessos de raiva e frustrações, para que ele seja capaz de fazer a manter amigos. Seus avós o apontam orgulhosamente e dizem, "Nós sabíamos que ele sairia dessa muito bem!"
LISA
Lisa está para se formar na escola. Ela está mais capaz de focalizar sua atenção e se concentrar no seu trabalho, com o que suas notas estão muito boas. Superar sua depressão e aprender a gostar dela mesma também deram a ela mais confiança para desenvolver amizades e tentar novas coisas.
Ultimamente ela esteve trabalhando com o conselho de orientação escolar, para identificar o tipo certo de emprego que irá procurar depois da formatura. Ela espera encontrar uma carreira que contorne seus problemas de atenção e que faça o melhor uso de seus trunfos e habilidades. Ela está mais alerta e focada e está pensando em tentar entrar na faculdade em um ano ou dois. Seu conselheiro a lembra de que ela certamente é esperta o suficiente.
HENRY
Atualmente, Henry é bem sucedido e feliz em seu trabalho como vendedor de sapatos. O trabalho o permite se mover durante o dia, e o aparecimento de novos modelos fornece a variedade que ele necessita para ficar concentrado. Ele recentemente completou um curso de gerenciamento, e agora mantêm listas, organiza seu trabalho, e faz diários. Agora que ele controlou sua energia, sua habilidade para pensar sobre várias coisas ao mesmo tempo o permite ser criativo e produtivo.
Ele se orgulha por ele e sua mulher terem desenvolvido importantes habilidades de trabalhar com seu filho, para que ele, também, vá melhor em casa e na escola. Henry também está feliz com sua nova habilidade de seguir projetos. Na verdade, ele acabou de fazer um lindo boneco de madeira para seu filho, de aniversário.

O TDA/H PODE REGREDIR, OU SER CURADO?
Embora a maioria dos portadores não tenha regressão do seu TDA/H, as pessoas aprendem a se adaptar e a viver vidas completas. Mark, Lisa e Henry estão fazendo boas vidas para eles mesmos – não sendo curados, mas desenvolvendo seus pontos fortes pessoais. Com combinações eficazes de medicamentos, novas técnicas e apoio emocional, pessoas com TDA/H podem desenvolver meios de controlar sua atenção e minimizar comportamentos transtornados. Como Henry, elas devem saber que estruturar tarefas e controlar o ambiente pode trazer a realização de objetivos pessoais. Como Mark, elas podem aprender a canalizar seu excesso de energia para os esportes e outras atividades que gastem bastante energia. E como Lisa, elas podem identificar opções de carreira que combinem com seus pontos fortes e habilidades.
Conforme elas crescem, com a ajuda apropriada dos pais e clínicos, as crianças com TDA/H se tornam mais capazes de suprimir sua hiperatividade e a canalizá-la em comportamentos mais aceitáveis socialmente, como exercício físico ou outras atividades aeróbicas. E, embora saibamos que a metade das crianças com TDA/H continuarão mostrando sinais do problema quando adultos, nós também sabemos que medicações e terapia que ajudam crianças também funcionam em adultos.
Todas as pessoas com TDA/H têm talentos naturais e habilidades que podem emergir para criar vidas ótimas e carreiras para elas mesmas. Na verdade, muitas pessoas com TDA/H até sentem que seus padrões de comportamento as dão únicas, geralmente irreconhecidas, vantagens. Pessoas com TDA/H tendem a ser extrovertidas e prontas para agir. Por causa de sua sede por excitação e estimulação, muitas podem ser bem sucedidas nos negócios, esportes, construção e falando em público. Pela sua habilidade de pensar em várias coisas ao mesmo tempo, muitas podem ser aclamadas como artistas e inventoras. Muitas escolhem um trabalho que as dê liberdade para se mover e liberar o excesso de energia. Mas algumas encontram meios de ser eficazes em carreiras mais quietas e sedentárias. Sally, uma programadora de computadores, achou que pensava melhor quando usava fones de ouvido para reduzir ruídos que podiam distraí-la. Como Henry, algumas pessoas lutam para aumentar suas habilidades de organização. Outros, que têm seu próprio negócio, acham útil contratar apoio de funcionários para fornecer o gerenciamento do dia a dia.
QUE ESPERANÇAS AS PESQUISAS OFERECEM?
Apesar de que nenhuma cura imediata seja deslumbrada, um novo entendimento do TDA/H pode ser visto no horizonte. Usando uma variedade de ferramentas de pesquisa e métodos, os cientistas estão começando a descobrir novas informações sobre como funciona o cérebro no TDA/H e tratamentos efetivos para esta desordem. Tal pesquisa resultará no avanço das pessoas e na produtividade das pessoas com TDA/H.
Por exemplo, o uso de novas técnicas, como a imagem de cérebro para observar como ele atua, está já proporcionando novas visões sobre as causas do TDA/H. Outra pesquisa é procurar identificar as condições de gravidez e partos prematuros que podem causar ou contribuir para estas diferenças no cérebro. Como o volume de conhecimento cresce, cientistas podem algum dia aprender como prevenir essas diferenças, ou pelo menos como tratá-las.
O NIMH e o Departamento de Educação dos EUA estão patrocinando um grande estudo nacional (o primeiro deste tipo) para ver quais combinações de tratamento de TDA/H funcionam melhor para diferentes tipos de crianças.
Durante estes cinco anos de estudo, cientistas em clínicas de pesquisa ao redor do país irão trabalhar juntos e reunirão dados para resolver questões tais como: Combinando medicação estimulante com mudança de comportamento é mais efetivo do que cada uma sozinha? Meninos e meninas respondem diferentemente ao tratamento? Como o estresse, renda e ambiente familiar afetam a severidade e evolução a longo prazo do TDA/H? Como a necessidade de medicação afeta o senso de competência da criança, auto controle e auto estima? Como um resultado desta pesquisa, médicos e especialistas em saúde mental poderão algum dia saber quais dos diferentes tipos de tratamentos são mais benéficos e estarão aptos a intervir mais efetivamente.
Os pesquisadores do NIMH estão também tentando determinar se existem diferentes variedades de déficit de atenção. Com um estudo aprofundado, as pesquisas podem achar que o TDA/H cobre um número de diferentes desordens, cada qual com seu grupo de sintomas e tratamentos requeridos. Por exemplo, os cientistas estão explorando se há alguma diferença crítica entre crianças com TDA/H que tenham também ansiedade, depressão ou desordem comportamental, e aqueles que não têm. Outras pesquisas estão estudando ligeiras diferenças físicas que podem distinguir um tipo de TDA/H de outro. Se grupos de diferenças forem achados, os cientistas poderão começar a distinguir qual tratamento cada tipo necessita.
Outra pesquisa patrocinada pelo NIMH é examinar a evolução do TDA/H a longo prazo. Como as crianças com TDA/H agem, comparadas aos irmãos sem desordens? Quando chegam à vida adulta, como elas lidam com suas próprias crianças? Outros estudos procuram um melhor entendimento do TDA/H nos adultos. Tais estudos visam identificar quais tipos de tratamentos ou serviços fazem diferença, ajudando uma criança com TDA/H a crescer com pais cuidadosos e a tornar-se um adulto bem funcionante.
Estudos em animais também estão ajudando para o conhecimento do TDA/H em humanos. O uso de animais torna possível estudar algumas das possíveis causas de TDA/H, de maneiras que não podem ser estudados em pessoas. Em adição, pesquisas animais habilitam a segurança e a eficácia de novas drogas experimentais, para serem testadas antes que possam ser dadas aos humanos. Uma equipe de cientistas, patrocinada pelo NIH, está estudando cachorros para aprender como novas drogas estimulantes, similares à Ritalina, agem no cérebro.
Peça por peça, através de estudos de humanos e animais, os cientistas estão começando a entender a natureza biológica das desordens da atenção. Novas pesquisas estão ajudando a entender melhor o funcionamento interno do cérebro, assim como continuamos a desenvolver novos medicamentos e acessar novas formas de tratamento.
A medida que aprendemos mais sobre o que acontece atualmente no cérebro, nós nos aproximamos de um futuro onde poderemos prevenir certas desordens e disfunções mentais, fazendo diagnósticos válidos e tratando cada um eficazmente. Esta é a esperança, missão e visão do NIMH.
A pesquisa conduzida e apoiada pelo NIMH traz esperança a milhões de pessoas que sofrem de doenças mentais e a suas famílias e amigos. Em muitos anos de trabalho, tanto em questões animais quanto humanas, os pesquisadores avançaram nosso entendimento doMENSAGEM DO NIMH
cérebro e expandiram vastamente a capacidade dos profissionais da saúde mental em diagnosticar, tratar e prevenir desordens mentais e cerebrais.
Agora, nos anos 90, os quais o Presidente e o Congresso declararam a "Década do Cérebro", nós estamos no limiar de uma nova era das ciências do cérebro e do comportamento. Através da pesquisa, nós aprenderemos ainda mais sobre desordens mentais e cerebrais como depressão, desordem bipolar, esquizofrenia, desordem do pânico, desordem obsessivo-compulsiva e desordem do déficit de atenção e hiperatividade. E nós seremos capazes de usar este conhecimento para desenvolver novas terapias que possam ajudar mais pessoas a vencer a doença mental.
O Instituto Nacional de Saúde Mental é parte do Institutos Nacionais de Saúde (NIH), a agência primária do Governo Federal para pesquisa biomédica e comportamental. NIH é um componente do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA.
Todo material nesta publicação é livre de restrições de direitos autorais e pode ser copiado, reproduzido ou duplicado sem permissão da NIMH; a citação da fonte é apreciada.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A Depressão

Um dos problemas emocionais que vem despertando grande preocupação entre os profissionais da área da saúde é a Depressão. Pesquisas apontam um aumento significativo da tal diagnóstico em crianças, jovens e adultos.
a Depressão define-se por um estado de ânimo dolorosamente incapacitante e, até, paralisante, uma tristeza profunda e duradoura que surge a partir de avaliações catastróficas e parciais da realidade. Os acometidos pelo mal, demonstram um sentimento de inferioridade, uma autocensura excessiva, flutuação de humor e rejeição social, acarretando prejuízos nas suas relações interpessoais.
Em alguns casos a Depressão pode ser caracterizada como ansiosa, deixando a pessoa sempre muito agitada e irritada, ou bipolar, alternando estados de depressão e euforia.
A etiologia da Depressão ainda causa muita discussão na área médica, os profissionais se dividem entre as perspectivas biológicas, sociológicas e psicológicas. Grande parte dos psiquiatras e psicólogos vem compartilhando de uma perspectiva integrada, levando em conta fatores referentes à hereditariedade, condições ambientais e história de vida do paciente. Muitos avaliam alguns casos como uma “Depressão endógena”, que surge do nada, sem um motivo aparente.
Todo tratamento deve ser iniciado com um psicodiagnóstico, para que depois possamos fazer uma indicação para psicoterapia e em algumas situações, tratamento medicamentoso, principalmente nos casos de depressão grave, onde o risco de suicídio é preocupante.
Devemos estar muito atentos às nossas atitudes e pensamentos, assim como ao comportamento das pessoas que queremos bem, pois o diagnóstico precoce pode ser de grande valia para um tratamento de sucesso. Enquanto não renunciarmos ao papel de vítima e não passarmos a assumir o de protagonista de nossa própria vida, dificilmente chegaremos a libertar-nos de tal nefasta aquisição; nem que seja necessário termos humildade em admitir que precisamos de uma ajuda profissional.
Somente dispomos de uma vida e não devemos permitir que ela nos escorra por entre os dedos. Como afirma o psicólogo clínico Ramiro J. Alvarez, no seu livro “Distúrbios psicológicos cotidianos”- “Quem tiver encontrado um porquê é capaz de superar qualquer como”.
Os profissionais que atuam nas Escolas, devem estar atentos aos casos que possam surgir, preparando-se para orientar as famílias e fazer indicações pertinentes. A Escola não pode esquecer do seu papel social, valorizando o indivíduo intelectual e emocionalmente.

AUTORA:Gisele Cristina Di Santo Peterson
Psicóloga clínica e institucional
Artigo publicado no jornal “Tribuna Paulista” em 02/08/02
A Escova
Dentre as várias marcas e tipos de escova algumas características básicas devem ser observadas:

• Cabeça pequena para alcançar até os últimos dentes;
• Cerdas de nylon macias e agrupadas em tufos;
• Pontas arredondadas para não ferir a gengiva;
• Superfície da parte ativa plana.

Leve sua escova para o dentista ou peça orientação para escolher melhor sua escova.

Observações importantes:
• Lave sempre sua escova com água corrente após o uso;
• Troque sua escova aproximadamente a cada 3 meses. Após este período as cerdas ficam “amassadas” e já não possuem tanta eficiência para remover a placa bacteriana.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Lesões de cárie em dentes decíduos estão associadas a defeitos de formação do esmalte dos sucessores permanentes

Lesões de cárie em dentes decíduos estão associadas a defeitos de formação do esmalte dos sucessores permanentes
Defeitos de esmalte nos dentes permanentes têm ganhado mais atenção nos últimos anos. Por exemplo, muitos defeitos que talvez fossem considerados como manifestação da fluorose no passado, hoje são compreendidos como um fenótipo brando de amelogênese imperfeita. Alguns conceitos empíricos também têm sido revisados, como a noção que lesões de cárie nos dentes decíduos causam defeitos de desenvolvimento de esmalte nos dentes permanentes. Esta hipótese foi testada por um grupo de pesquisadores da Nova Zelândia e publicado na edição de abril da revista mais importante da área odontológica, o Journal of Dental Research2. Os autores realizaram um estudo coorte prospectivo no qual foram avaliados os incisivos superiores de 663 crianças com idade de cinco anos e foi registrada a existência de lesões de cárie ou restaurações. As mesmas crianças foram reavaliadas à idade de nove anos em busca de defeitos de desenvolvimento de esmalte. Os dados foram ajustados para o gênero do indivíduo, estatus sócio-econômico da família, anos de exposição à água fluoretada, trauma e perda precoce dos dentes decíduos. Seus resultados demonstraram que o simples fato de ter havido uma lesão de cárie no dente decíduo acarreta em um aumento em mais de duas vezes na chance de ocorrer uma alteração na formação do esmalte. Essas alterações, quase sempre, se manifestam como opacidades no esmalte dos sucessores permanentes. Esse dado traz uma luz adicional às causas dos defeitos de desenvolvimento do esmalte e pode ser utilizado para responder a uma questão muito freqüente em nossos consultórios: "Doutor, por que minha filha tem essa mancha no dente da frente?...
Fonte: Rev. Dent. Press Ortodon. Ortop. Facial v.10 n.3 Maringá maio/jun. 2005

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Técnica de retirar cárie sem anestesia ou broca é utilizada no Brasil

Enfrentar a cadeira do dentista já é de dar medo em muito marmanjo, imagina então se o paciente é uma criança. Mas é possível retirar a cárie sem usar a broca, aquele instrumento que perfura o dente e faz um barulho de arrepiar. A técnica é bem simples, e é chamada Tratamento Restaurador Atraumático — ART, pela sigla em inglês. Não é nenhuma novidade na odontologia, mas após ser esquecida por um bom tempo começou a tomar fôlego nos últimos anos no Brasil e em vários países do mundo.
A ART foi inventada na década de 1980 pelo pesquisador holandês Jô Frencken, que estava na África e não tinha como realizar o tratamento odontológico convencional em comunidades carentes, onde, muitas vezes, nem havia energia elétrica. A solução quase sempre era a extração do dente, o que angustiava o dentista — por saber que era possível recuperá-lo. Foi então que teve a ideia de utilizar um material chamado ionômero de vidro, em substituição às tradicionais amálgama e resina, materiais utilizados nas obturações convencionais.
“Uma vantagem dessa técnica é que o ionômero libera flúor continuamente e endurece rapidamente (de três a quatro minutos), sem precisar do fotomolimerizador (aparelho elétrico que emite luz azul que ajuda a secar a resina)”, explica Soraya Coelho Leal, professora de odontopediatria da Universidade de Brasília (UnB), e coordenadora de uma pesquisa realizada em parceria com a Universidade Radboud, na Holanda, onde atua o pesquisador Frencken.
O estudo vai quantificar o custo-benefício da nova técnica em relação aos tratamentos com amálgama e resina. Para isso, a equipe já iniciou um acompanhamento de longo prazo com crianças do Paranoá, de 6 e 7 anos, na periferia de Brasília. Os primeiros resultados serão divulgados em 2012, após observadas a reação dos pequenos pacientes ao novo tratamento e a durabilidade da restauração.
Na América Latina, o México é o país em que o ART está mais largamente difundido. Desde 2002, faz parte do programa oficial de saúde do governo. Em novembro, o país apresenta os resultados na população em um congresso que será realizado na Venezuela para comemorar os 20 anos de aplicação da nova técnica. No Brasil, os primeiros tratamentos dentários ART são da década de 1980 em Bauru (SP).
Em 2006, a técnica passou a ser adotada pelo Ministério da Saúde no programa Saúde da Família, como estratégia para ampliar o acesso à assistência. “É um tratamento rápido, com resultado semelhante ao de outras técnicas, e que nos dá tempo para investir em outras frentes no programa de saúde bucal”, explica Gilberto Pucca, coordenador Nacional de Saúde Bucal do Ministério da Saúde. Atualmente, 18 mil equipes do programa Brasil Sorridente aplicam a técnica ART pelas cidades brasileiras. As famílias carentes ainda recebem kit com creme dental e escova para prevenir novas cáries — 80 milhões de kits serão distribuídos.
Triste realidadePor não utilizar a broca e quase sempre dispensar a anestesia, o ART é bastante agradável, principalmente para as crianças e os seus dentes de leite. Sarah Gondim tinha 2 anos e meio em fevereiro e suportou bem o tratamento para retirar as cáries nos dentinhos da frente, provocadas pela mamadeira na hora de dormir. “A filosofia dessa técnica é justamente remover o que é necessário da cárie. O tecido mais profundo, que está amolecido, e não tem grande grande quantidade de bactéria, permanece no dente, porque o organismo consegue remineralizá-lo”, explica Rodrigo Guedes Amorim, odontopediatra que emprega, desde 2002, a técnica em seu consultório, na 910 Sul.
Somente em crianças com limiar de dor mais presente é que se emprega a anestesia. Caso do irmão de Sarah. “Semana passada, tive de colocar remédio de dor de dente para ele suportar a dor”, conta Valdete Gondim, avó de Daniel, 6 anos. O menino vai precisar fazer tratamento de canal. “A gente que é pobre, é uma coisa e outra, e vai deixando pra depois. O resultado é um dente quase acabado”, explica a senhora de 56 anos, que mora em Samambaia.
O depoimento serve de alerta: não se pode negligenciar a cárie no dente de leite só porque ele vai dar lugar a outro. O dente provisório não deve ser extraído precocemente porque mantém o espaço para o definitivo, sem falar que a cárie aumenta o nível de bactérias na boca, o que é um prejuízo para quando os dentes permanentes nascerem. “E o mais grave é que a infecção do dente de leite cariado pode passar para o permanente que está em formação, que pode nem nascer ou ter alteração no formato e na cor”, explica Rodrigo.
Em média, uma criança brasileira de 3 anos ou menos já tem, pelo menos, um dente cariado. Aos cinco anos, a média aumenta para quase três dentes atacados, segundo os dados da última pesquisa do Ministério da Saúde sobre as condições da saúde bucal do brasileiro.
Do Correiobraziliense.com.br